sábado, 16 de julho de 2011

Poemando

Aos olhos de meu leão


Eu, que era fragilidade,

Por meio da falsa ausência de dor,

No devaneio da liberdade me deixei levar

Descobri-me nos domínios de um leão

E tomada pela coragem

Entreguei-me ao perigo de meu predador

E os seus olhos eram enigmas aos meus

Se frios, devorar-me-iam

Se tristes, devorar-me-iam

Se assustados, roubaria de mim o significado

E tentando defender-me de si

Mostrou o perigo de seu narcisismo de felino rei

E o que vi foi um ser movido por dor

E em mim também doía

E não importava o quanto doeria

Se fosse para saciar tua fome

Eu seria o alimento de sua alegria

E o amor do leão me devorou

Gabriele Sampaio

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